Médico é filmado usando ChatGPT durante consulta e vídeo gera debate
Um vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais nos últimos dias mostra um médico acessando o ChatGPT durante um atendimento clínico, o que reacendeu discussões sobre o papel das inteligências artificiais no cotidiano da saúde. A gravação, feita discretamente por um paciente ou seu acompanhante, exibe o profissional de costas, digitando em um computador, enquanto o paciente permanece com o pé inchado apoiado sobre uma cadeira.
O registro visual sugere que o médico utilizava o ChatGPT possivelmente para confirmar um diagnóstico ou buscar informações adicionais sobre o tratamento adequado. A atitude, embora vista por alguns como uma prática de atualização ou consulta rápida, gerou polêmica e dividiu opiniões entre internautas, especialistas e profissionais da área médica..
Uso da tecnologia causa reações variadas na internet
A repercussão do vídeo foi imediata. Milhares de usuários comentaram a situação nas redes sociais, com opiniões que variaram entre a crítica e o humor. Um dos comentários mais curtidos ironizou o cenário comparando-o a uma ficção científica: “Rapaz, estamos vivendo o começo de Duna – daqui a pouco a humanidade vai ter que se unir para lutar contra as máquinas…”, fazendo alusão ao universo futurista de Frank Herbert. Outro usuário brincou com a escolha do sistema: “Pelo menos não foi o Bing”.
Apesar do tom jocoso em parte das reações, o episódio levantou uma questão séria sobre como as ferramentas de inteligência artificial vêm sendo utilizadas por profissionais de diferentes áreas, incluindo a medicina. A principal preocupação expressa por críticos está na possível dependência dessas tecnologias e na substituição do raciocínio clínico e da experiência médica por respostas automatizadas.
Especialistas alertam para limites do uso de IA na saúde
Profissionais da área da saúde e tecnologia reconhecem que plataformas como o ChatGPT podem ter aplicações úteis no ambiente médico, especialmente para revisões rápidas de literatura científica ou organização de dados clínicos. No entanto, eles ressaltam que essas ferramentas não substituem o conhecimento técnico e a experiência adquirida por médicos ao longo de anos de formação e prática profissional.
Para o médico infectologista Alexandre Cunha, ouvido por um portal especializado, “a inteligência artificial pode ser uma aliada quando usada com responsabilidade e como complemento à análise médica. Mas confiar cegamente no que ela sugere pode levar a equívocos graves”.
Além disso, especialistas destacam que o uso dessas tecnologias em ambiente clínico deve obedecer a diretrizes éticas e preservar a privacidade do paciente. Não está claro se, no caso viralizado, houve alguma violação nesse sentido.
Futuro da medicina com IA ainda está em construção
O caso ocorrido no Brasil reflete uma tendência mundial: a incorporação crescente da inteligência artificial em processos médicos. Grandes hospitais e centros de pesquisa já utilizam algoritmos para triagem, análise de exames e apoio à decisão clínica. No entanto, essa integração ainda está em fase de avaliação constante quanto à sua segurança, precisão e impacto no atendimento humano.
A situação registrada no vídeo serve como alerta para a necessidade de formação contínua de profissionais da saúde sobre as melhores práticas no uso dessas ferramentas. Enquanto isso, a sociedade segue atenta, tentando equilibrar inovação e responsabilidade em um cenário em rápida transformação.
Foto: Reprodução/Redes sociais